Musicoterapia com arteterapia? Sim, as duas terapias se combinam e podem interagir entre si. Este texto vai falar sobre esta interação.
A musicoterapia é a parente mais próxima da arteterapia entre as atuais terapias integrativas. Na verdade, a musicoterapia pode fornecer meios muito eficazes para auxiliar em tratamentos arteterapêuticos.
Esta combinação dá certo.
Para esclarecer como essa parceria funciona, este artigo traz uma introdução sobre o uso de terapias com sons e música e seu potencial terapêutico. Vamos ver como a musicoterapia auxilia a arteterapia.
Ouvir música faz bem
Ouvir música sempre faz bem. Quem canta seus males espanta literalmente!
Pesquisas realizadas nas últimas décadas provam que cantar traz muitos benefícios, entre eles: melhorar a capacidade da memória, aliviar o estresse, auxiliar no tratamento de dores físicas e emocionais e aumentar a imunidade do corpo.
Porém é necessário diferenciar música de som.
A música é composta de sons, que são produzidos por diversos instrumentos diferentes. Cada instrumento é capaz de emitir ondas sonoras e vibratórias específicas. Até mesmo a voz humana produz ondas e vibrações específicas.
Assim sendo, uma música composta por certos tipos sonoros pode ser usada para finalidades terapêuticas.
Atualmente a ciência reconhece que sons alteram tanto o funcionamento do Sistema Nervoso Autônomo quanto da consciência.
Novas áreas de pesquisa e desenvolvimento científico, conhecidas como Terapia do Som e Musicoterapia, estão apresentando resultados positivos em pesquisas sobre a aplicação terapêutica de sons e de músicas.
Para saber como essas linhas terapêuticas funcionam vamos falar um pouco sobre cada uma delas.
Terapia do Som
Este tipo de terapia utiliza os sons, partindo do princípio de que o estresse nervoso, a ansiedade os traumas psicológicos geram ondas cerebrais desarmônicas que afetam o Sistema Nervoso Central.
Neste sentido, certas vibrações sonoras podem ser aplicadas para reorientar as vibrações cerebrais e equilibrar o funcionamento cerebral.
Como resultado, ocorre a diminuição do estresse e a amenização dos efeitos traumáticos (em casos que o estresse tenha origem no trauma).
Em decorrência disso, outros distúrbios físicos são amenizados, como por exemplo, a diminuição da pressão arterial, entre outros.
Há ainda muitas pesquisas científicas sobre os efeitos salutares de vibrações e frequências sonoras.
Estas pesquisas ainda não são conclusivas, mas já apontam a utilidade das terapias com sons para acalmar a mente, rearranjar moléculas e restaurar o funcionamento celular.
Como exemplo, há o uso de tigelas tibetanas e tigelas de cristal usadas como terapia para diminuir a ansiedade.
O uso das tigelas cantantes, ou “singing bowls” é uma tradição que vem da cultura milenar dos monges tibetanos. Também há outras variantes que vêm de tradições de outros povos antigos e indígenas.
Musicoterapia
A musicoterapia é uma terapia clínica que utiliza música como meio de intervenção por meio de um profissional musicoterapeuta.
O terapeuta avalia as necessidades do cliente.
Conforme as necessidades do cliente, o terapeuta indica um tratamento individualizado.
Este pode incluir desde a criação de música com diferentes instrumentos, a dança, o canto, ou mesmo estar exposto a certos tipos de música, simplesmente escutando.
Este tipo de terapia é eficaz para casos de reabilitação física, para acalmar questões de ansiedade, depressão e para outros distúrbios, tais como Alzheimer e autismo.
Por outro lado, trabalhar com música permite acesso direto a níveis mentais subliminares, podendo reorganizar circuitos neuronais.
Neste caso, a música intervém como disparador emocional, trazendo à tona emoções a serem tratadas.
Musicoterapia como instrumento da arteterapia
O sonoro e o visual se encontram
As experiências sonoras podem ser visualizadas, ou vice-versa?
Assim um ruído tem significado quando há uma imagem que o traduza. Desta forma, imagine o que acontece quando se ouve uma sirene. Muitas coisas e eventos se associam a este som.
O som pode ser associado a uma sirene de ambulância, porque a imagem da ambulância é já previamente conhecida. Logo, suscita uma memória que remete a certos fatos ou experiências relacionados a ela.
Ou seja, o som instantaneamente gerou a imagem.
Ademais, estudos têm sido feitos para explorar esta íntima relação e seus efeitos na consciência.
Em síntese, as conclusões confirmam que diferentes tipos de música levam a diferentes tipos de emoção, ativando áreas específicas do cérebro, especialmente as áreas visual e cinestésica.
Em outras palavras, a música conduz a uma imagem visual ou a um movimento físico.
Por isso, a arteterapia muito se beneficia da música e da dança como elementos complementares na terapia.
A música nas artes visuais e plásticas
Podemos ouvir uma pintura? Que aparência tem uma música?
Uma exibição de obras de arte do Museu da Universidade de Cambridge tentou responder a estas perguntas.
Este evento buscou explorar como os artistas plásticos e os compositores musicais podem interagir. Trata-se de uma experiência interessante sobre o diálogo entre som e imagem.
Só para ilustrar, essa interação nos mostra a capacidade que a música tem para desencadear respostas emocionais e gerar imagens. Dessa maneira ilustra como esses opostos se complementam: gráfico X sonoro.
Com isso constatamos que o universo da música está ligado ao universo das representações visuais e plásticas também no meio das artes.
Arteterapia com musicoterapia
Na arteterapia a música pode ser utilizada como instrumento para facilitar o resgate de emoções que precisam ser expressas através da criação plástica.
Assim, uma atividade de ouvir música pode ser um meio para acessar sentimentos inconscientes, com a finalidade de serem elucidados e interpretados conscientemente.
Esse processo traz soluções a questões que causam ansiedade e depressão, entre outras.
Em contrapartida, a utilização de instrumentos sonoros para produzir sons específicos como no caso do uso da terapia do som pode também auxiliar um processo de tratamento com arteterapia.
As tigelas tibetanas, por exemplo, são muito usadas para remover a tensão e levar o cliente a um estado de relaxamento que possibilite à consciência alcançar estados mentais mais profundos.
Em um estado de relaxamento profundo a pessoa acessa mais diretamente emoções e sentimentos que estão inconscientes, ou camuflados.
Uma vez acessados, emoções e sentimentos podem ser expressos visualmente e levados à consciência.
Portanto, a arteterapia trata a música e os sons como auxiliares para acessar emoções, visando aplicações plásticas, e disso muito se beneficia.
O mais importante é que isso traga meios e oportunidades para a ampliação da consciência, desde que gere bem-estar a quem se submete ao tratamento.
Pois o mais importante é o cliente. Se a música o incomoda, certamente não será utilizada para o tratamento.
Por fim espero que este artigo tenha conseguido explicar a potencialidade dos sons e da música na arteterapia.
Se quiser fazer perguntas ou dar sugestões, escreva seu comentário.
Abraço,
Monica
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